Como o video game me levou a ser escritora

Eu adoro os jogos de Mega Drive. Já faz tanto tempo, mas ainda me lembro bem do feeling que tive quando passava as madrugadas jogando os jogos, já que a TV era uma só e tinha cinco pessoas em casa para disputar o valioso objeto. Alugava os jogos na sexta para devolver na segunda e por isso as Madrugadas eram o que me restavam como alternativa para jogar um jogo com o intuito de terminar.

Talvez alguns aqui vão se lembrar dos jogos Ecco The Dolphin e Ecco The Tides of Time. Não eram games curtos e nem fáceis. Você recebia um novo password para cada fase, e os Puzzles eram às vezes tão difíceis que você tinha que repetir a fase até decorar onde estava tudo, antes que o seu golfinho morresse sem ar e com fome.

Eu amava tanto aquela música de Ecco The Dolphin e do Ecco The Tides of Time que eu saía cantando e brincava com meu golfinho de pelúcia pela chácara inteira. Nas noites de lua cheia o toque azulado nas plantas e nas paredes davam um ar de fundo do mar, e isso só embalava ainda mais o gosto que tinha pelo Ecco.

Foi quando decidi que eu devia escrever um livro também sobre golfinhos, e que ele também teria cristais, baleias e perigos para serem superados. Esse era o meu maior tributo ao jogo que havia me dado tantas coisas boas. E assim escrevi o Noite ao Amanhecer que foi publicado no mesmo ano (1996) pela editora de Cassandra Rios, a escritora que teve um importante papel revolucionário na literatura brasileira. Na época eu havia me tornando a escritora mais jovem do Brasil.

Noite ao Amanhecer foi reescrito e readaptado para ser lido pelo público juvenil, e será publicado pela Elo editora em julho desse ano. Mas desta vez, o livro também sairá em libras e audiodescrição.

Abaixo você pode acompanhar a sinopse:

Physter era apenas um jovem golfinho quando presenciou a Maré Negra levar sua família. Mas conhecer Ínia, o ancestral dos golfinhos, deu-lhe a esperança de reaver seus entes queridos e toda a vida que havia sido drenada pelas estranhas águas obscuras. Para isso, Physter terá que viajar para longínquos oceanos à procura do poderoso artefato do Grande Cetáceo que lhe conferirá poderes. Physter se deparará com um perigoso segredo que cresce nos abismos, nadará até as águas geladas de Megaptera, até encontrar um modo de conter a Maré Negra, que caso suba na vindoura lua cheia, destruirá toda fonte de vida marinha, trazendo noite ao amanhecer.

Deixe um comentário